Freitag, 27. Februar 2009

Something is going wrong...

A ecila postou um artigo do Spiegel sobre a manifestacao de alguns sindicatos alemaes gerada pela insatisfacao associada à chamada crise financeira. Eu, apesar de ser economista, tenho tendencias esquerdistas (nao é invulgar, mas também nao é normal, os da Velha Guarda sao olhados de lado, utópicos e ultrapassados...) e, como tal, apoio totalmente esta revolta. Algumas questoes que me venho colocando ainda nao obtiveram resposta, apesar dos mil e um artigos na press, das notícias e entrevistas na TV, dos opinadores normais acharem que, de uma cadeira, conseguem mudar o mundo.
- Mas desde quando uma bolsa de valores é representativa da economia? A maior parte das empresas, mesmo das economias tendencialmente capitalistas, pertence a uma classe intermédia e nao é cotada na bolsa;
- A que propósito uma crise financeira é confundida com uma crise económica? Uma conduziu sem dúvida à outra, sem que ambas sejam a mesma coisa!
- Porque razao terá o Estado de apoiar empresas de teor puramente autónomo e associadas a expressoes de mercado? Além de produzir postos de trabalho, porém envolvidas num objectivo puramente de lucros (principalmente as S.A.), que tipo de fim altruísta seguem essas empresas?
- Partilharao essas empresas os seus lucros com a sociedade? Que tipo de quota terao essas empresas na contribuicao para o bem comum através de desenvolvimentos sustentáveis em prol do ambiente e do progresso humano?
- Desde quando se terá tornado normal falar em bilioes de euros de lucro ou prejuízo? Eu ainda sou do tempo dos milhoes...
- Serao os bilioes de dívidas bancárias produto de movimentacoes reais ou contabilísticas?
- Se bilioes de dólares desapareceram da face financeira, para onde foram? Terao desaparecido num buraco negro ou jamais existiram?
- Que tipo de catástrofe será realmente o facto de uma empresa (por exemplo, a HP) vir anunciar um recuo nos lucros (atencao, LUCROS, nao volume de vendas) no valor de 2,13 bilioes de dólares no primeiro trimestre, somando a módica quantia de apenas 1,85 bilioes?
- Um salário de um CEO, que anda pelos 42,5 milhoes de dólares por ano e, devido à crise, é reduzido em 20%, é considerado perfeitamente normal na economia do free market?
- Porque decidem empresas mandar milhoes de empregados para a rua, tentando, de uma forma desesperada, cortar custos e agradar accionistas, enquanto que esses trabalhadores irao parar ao desemprego, reduzindo o consumo privado e nao contribuindo para um aumento de uma procura de mercado já em declínio?
- Porque ninguém pensa que, se o desemprego aumentar, o estado que se quer de providencia aumentará os encargos nao em investimentos infraestruturais, mais em apoio ao mais carenciado, aumentando o défice e as dívidas, contraindo créditos e nao criando um impulso à taxa de ocupacao?

A isso prefiro uma abdicacao generalizada de uma parcela do meu salário ao final do mes ou uma semana de 30 horas ao invés das 37,5h (nao bem no meu caso, mas em geral) de forma a salvar o que se tornou um bem comum fundamental: a sobrevivencia do próximo.

Sinais do tempo

O amor é cego e diz que eu nao tenho olheiras... Estamos perdidos.

Donnerstag, 26. Februar 2009

Comparacoes - II

O Carnaval em Colónia foi como uma genuína Queima das Fitas, mas com um disfarce em vez do traje e com muito mais pilim nos bolsos.

Comparacoes - I

Um zoo no ocidente é como comer morangos no Inverno.

Dirty Harries

Nao sei bem como, mas fui parar a uma das várias Distribution Lists que nos populam as caixas de entradas, esta intitulada Trip Advisor. Hoje recebi um alerta chamado "Dirtiest Hotels of 2009". Eu, com a minha mente por vezes um pouco conspurcada (nao sei se será da idade ou de uma predisposicao, ainda tenho que descobrir...), pensei em algo mais juicy. Afinal nao, trata-se genuinamente de um guia para os turistas mais incautos sobre os 1001 hotéis onde nao dormir antes de morrer. O normal, tipo baratas em NY, instalacoes tipo na faixa de Gaza mas no Tenessee, enfim. Curioso o facto de só mencionar hoteis nos EUA, the land of dreams.

Dienstag, 24. Februar 2009

Viva Colónia forever...

Estou com ataques de revivalismo associados ao fim-de-semana mais tuga que tive nos últimos tempos. Sniff sniff, quero mais...
Para tornar tudo mais doce, ouvi hoje na rádio a mística "Je ne veux pas travailler" a caminho do emprego. Que lindo.

Mittwoch, 18. Februar 2009

A minha amiga Cyntia diz...

In the 1960s, people took acid to make the world weird. Now the world is weird, and people take Prozac to make it normal.

Último post de hoje

Pois que hoje vi na TV um spot publicitário interessantíssimo. E nao é que Israel aderiu à moda e decidiu presentear-nos, a nós, potenciais turistas do Ocidente, com imagens deslumbrantes do próprio país de forma a convencer-nos a por lá os pezinhos? Fenómeno normalérrimo no que toca a países como Egipto, Turquia ou Dubai (basta deixarem os vossos televisores por uns quantos minutos em sintonia com a CNN), porém jamais visto aliado ao tal país que anda constantemente na boca do mundo e frequentemente pelas razoes erradas. Pois é, se quiserem apanhar com o misselzinho inofensivo na cabeca para levar para casa como recuerdo, nao há melhor.
Nao consegui deixar de pensar num norte-americano que conheci há tempos, o Steve, que me mostrou a sua propaganda anti-israelita (até admira!). O que faz: Vai deixando papelinhos nos diversos produtos de supermercado com origem em Israel, apelando ao boicote da compra dos mesmos. Achei a ideia simpática. Coaduna-se com a minha estratégia pessoal ambientalista.

Dienstag, 17. Februar 2009

CUT!

A propósito do post do artur, fiquei muito inquieta. Entao mas anda tudo alienado? Mas a que ponto chegou a democracia portuguesa?
O que faz notícia hoje em dia deixa-me deveras alarmada, sao os sinais que se devem entender nas entrelinhas: O massacre genocídico dos Khmer (ok, uma análise histórica), os 3.000 postos de trabalho que a Chrysler vai cortar para chegar aos milhoes do Obama, a legitimacao do acto de expropriacao de um dos principais bancos alemaes (sim, um BANCO) por parte do governo de coligacao, a alteracao do clima e as catástrofes naturais, os bónus dos banqueiros (e nao bancários), a perda de liberdade em Portugal, a modificacao constitucional na Colombia, o número de obesos, o desaparecimento da classe média na Europa... Nao dá mesmo vontade de andar por aqui.
Um amigo meu decidiu deixar de ler notícias, cortou-se do mundo, no entanto mantém o bom humor.

Um bocado farta...

Uma política germanica recém-formada transforma a sua luta pessoal em campanhas anti-droga e, por falta de tolerancia, a meu ver totalmente fascistas (e olhem que eu deixei de fumar há tres anos...); o ímpeto será aumentar os impostos sobre o álcool e o tabaco, isto sem que alguma vez tenha sentido na pele o verdadeiro estádio de embriaguez (que tótó, morrer assim tao inculta nao está minimamente "in"); ainda por cima nao o defende em prol das receitas do Estado - hoje em dia tao concorridas para apoiar as empresas em bancarrota (oh que auto-suficientes que elas estao!) -, mas por pura conviccao, já que nao os pode proibir. Com 33 aninhos e tao puritana que ela é...
Com tantos problemas por este mundo fora e esta cidada a lutar contra moinhos de vento. Muito bem, alguém tem que o fazer. Mas porque deixarmos de ser autónomos nas nossas escolhas?
Por este prisma também poderá lutar a favor do aumento de impostos sobre bens de luxo do tipo malas da Valentino ou fatinhos da Chanel, que custam à peca 10 vezes mais do que o salário mínimo alemao, e de qualidade "made in Bangladesh". Pague quem possa.
Sinceramente, já nao há paciencia para tanta hipocrisia.

Contagem

Atingi os 100 primos. Já daria para formar uma aldeia.

Síndrome das segundas...

... e já vamos na terca...

Sonntag, 15. Februar 2009

And I feel like I just got home

Há músicas daquelas. Sabes, as que tens mesmo vontade de ouvir a altos berros às quatro e tal da matina, que te lembram tanto e tao pouco, que te deixam louca e com vontade de ser e sentir. Ray of Light da nossa Madonna é uma delas. Quicker than a ray of light. Viva Sao Paulo, viva a loucura, viva nós, viva a vida!

Donnerstag, 12. Februar 2009

A forma portuguesa de contar ovelhas

Hoje de manha decidi contar quantos primos, directos e de segundo, terceiro, quarto graus, tenho. Uma contagem preliminar deu 84. Foi o momento em que decidi comecar a construir a minha árvore genealógica.

Dienstag, 10. Februar 2009

Palavras com emocoes

A Andorinha pesquisa as nossas diferencas culturais dentro do próprio país. Incrível como a linguagem pode ser tao diferente num país tao pequenino.
Lembrei-me da palavra "gazeado", muito comum na parte sul do nosso Portugalito. Esta palavra quer dizer "doido", "sem sentido", "fora de si". Segundo a minha família, de origem algarvia, pelos menos parcialmente, esta palavra tem a sua explicacao nas camaras de gás nazis, onde as pessoas foram "gazeadas"... Tenebroso, nao?

Freitag, 6. Februar 2009

Constancias

Com o passar dos anos, posso dizer que a verdadeira e única constancia na minha vida tem sido o conflito israelo-palestiniano.

Donnerstag, 5. Februar 2009

KÖLLE ALAAF!

Nao, nao é a minha casa e sim um apartamento de férias que acabei de alugar. E para que fim, perguntam os mais curiosos? Para celebrar o fastio dos fastios, o jejum dos jejuns, o crucificado mais famoso da história, a denúncia de Judas, o amigo Charlie, enfim, tudo o que nos caracteriza de forma mais profunda. Vamos celebrar o Carnaval. Em Colónia! E com muito portuga! Já ouco as multidoes a gritarem a pulmoes abertos "Kölle Alaaf*", enlouquecidas pela falta de regras e muito álcool. Há quem prefira trocar Kölle (Colónia para os entendidos) por Maastricht ou outro sítio qualquer nesses dias, desde que sem Carnaval de multidoes. Eu ainda nao experimentei a sensacao do que é ver alemaes sem inibicoes nas ruas, ou transformam-se todos em latinos ou sao mesmo aves raras. Estou pa ver...
Esta foto é o antes. Vamos ver o depois...
*A "Kölle Alaaf" atribuem-se vários significados, inicialmente tratava-se de uma incentivacao ao ritual de esvaziar o copo, que muito bem se pode adaptar aos dias de hoje.

Dienstag, 3. Februar 2009

A good question...

A propósito do relato da Undutchablegirl em relacao aos inúmeros parques de diversao existentes no país da soca aqui ao lado, supostamente preparadíssimos para o seu uso por criancas, lembrei-me do primeiro comboio que apanhei de Luton até St. Pancras (que, para os London-leigos como eu, se trata da antiga estacao central londrina conhecida anteriormente como King's Cross - esta informacao privá-los-á de fazer figuras tristes perante um vendedor de bilhetes, ingles e carrancudo, muito pouco customer/tourist-oriented). Ao entrar na carruagem, quis sentar-me logo num dos vários lugares livres ao pé da porta. Reparei que o lugar alvo estava marcado como reservado a idosos e / ou deficientes. Levantei-me, com uma compreensao divina, a pensar quao atenciosos estes ingleses efectivamente sao, enchendo os meus pulmoes provinciais de ar civilizado, e dirigi-me ao próximo banco. A mesma coisa: reservado a idosos e / ou deficientes. Ergui-me de novo, já levantando os olhares suspeitos dos restantes poucos turistas no vagao. A fim de nao cometer o mesmo erro pela terceira vez, busco desesperada um banco "livre". Qual nao foi o meu espanto quando reparei que cerca de 90% dos lugares sentados estavam reservados para cidadaos dessa "categoria". Fiquei a pensar se tal gesto será:
1. Uma discriminacao muito pouco escondida;
2. Um resultado da quantidade de idosos e deficientes existentes no país;
3. Um cúmulo do civismo provocado;
4. Um apelo à falta de civismo de um povo que necessita de sinais e autocolantes nas paredes para levantar o rabo e dar lugar aos que mais necessitam.

Any idea?

London Impressions - 3 out of 1.000.000

Foto: Tate Modern

London Impressions - 2 out of 1.000.000


Foto: Scone, Tate, Tube and St. Paul's

London Impressions - 1 out of 1.000.000

Foto: South Bank

Uma ideia é imortal

Estou por casa nestes dias. Nao, nao por causa da neve que assola a Europa (os Londoners ou os Milaneses que o digam), mas por me ter deixado contagiar por um desses vírus igualmente irritantes que aparecem por estas bandas nos tempos invernosos. Nao se espera que seja algo de muito grave, mas que foi objecto de manchete num dos principais jornais semanais, ai isso é que foi. Nestas ocasioes tiro a barriga de misérias (como se dirá isto em alemao? Tenho que criar um dicionário de expressoes portugues-alemao...) e entrego-me ao cinema em casa. Confesso que durante os anos de adolescente nao fui grande cinéfila, por isso ando a recuperar os anos perdidos, coleccionando grandes clássicos como "The Great Dictator", "Manhattan", "Citizen Kane" ou "Harold and Maude". Assim, quando me declaram incapaz de ir trabalhar, dedico-me ao grande pequeno ecra. Passo horas no sofá, regozijando-me com grandes horas de prazer cinematográfico, numa tentativa exaustiva e quase desesperada de absorver o que o mundo tem para oferecer. Acabei de desligar a TV. V de Vendetta. Vinganca de sangue. V, o heroi do momento, cego por sentimentos de reVolta, Vinganca, paVor do presente distópico do futuro, sede de Vitória. Uma miscelanea de Conde de Monte Cristo (um dos meus símbolos da infancia) e Big Brother de 1984, Brazil ou Blade Runner, sem robotica, mas igualmente com muita escuridao. Um filme sobre o poder do poder, o poder do medo, a monstruosidade de um Estado, o Underdog. O que vive uma obessao pessoal e se martiriza em prol da correccao de um mundo que nao pode ser o ideal. Um plano perfeito, elaborado durante vinte anos de comisseracao e desejo de morte. Um filme perturbante - talvez hiperbolizado pelo uso de uma máscara - e quase subversivo, com sabor a Matrix, por várias razoes, e, portanto, deixando um sabor a mais.

QUOTE:
V: But on this most auspicious of nights, permit me then, in lieu of the more commonplace sobriquet, to suggest the character of this dramatis persona.
Voilà! In view, a humble vaudevillian veteran, cast vicariously as both victim and villain by the vicissitudes of Fate. This visage, no mere veneer of vanity, is a vestige of the vox populi, now vacant, vanished. However, this valorous visitation of a by-gone vexation, stands vivified and has vowed to vanquish these venal and virulent vermin van-guarding vice and vouchsafing the violently vicious and voracious violation of volition. [carves V into poster on wall] The only verdict is vengeance; a vendetta, held as a votive, not in vain, for the value and veracity of such shall one day vindicate the vigilant and the virtuous. Verily, this vichyssoise of verbiage veers most verbose, so let me simply add that it's my very good honor to meet you and you may call me V.