Donnerstag, 21. Februar 2008
Dienstag, 19. Februar 2008
Já alguém terá ouvido falar de paraísos fiscais?
Nao, it sounds like the very first time.
Quem deverá ser julgado, aquele que comprou os dados a um criminoso (antigo trabalhador, supostamente muito insatisfeito com a entidade empregadora, de um banco no Liechtenstein, banco esse pertencente à família regente do principado) ou aquele que aceitou investimentos isentos a impostos de alguém cujos impostos directos rondam os 42%, prática essa perfeitamente aceite e integrada na aldeia global como George W. Bush, os coelhos na Austrália ou os limites geográficos de Israel?
Quem deverá ser julgado, aquele que comprou os dados a um criminoso (antigo trabalhador, supostamente muito insatisfeito com a entidade empregadora, de um banco no Liechtenstein, banco esse pertencente à família regente do principado) ou aquele que aceitou investimentos isentos a impostos de alguém cujos impostos directos rondam os 42%, prática essa perfeitamente aceite e integrada na aldeia global como George W. Bush, os coelhos na Austrália ou os limites geográficos de Israel?
Máquina zero
Se alguém estiver interessado em rapar a cabeca, pois fique sabendo que um quilo de cabelos poderá valer no mercado entre $300 (€205) to $600 (€410). Para ler mais aqui.
Um negócio de luxo para quem sabe identificar oportunidades junto daqueles para os quais cabelos serao um pouco mais do que uma composicao de cutículas, medulas e cortex.
Um negócio de luxo para quem sabe identificar oportunidades junto daqueles para os quais cabelos serao um pouco mais do que uma composicao de cutículas, medulas e cortex.
Cenas dos próximos capítulos
Servirá a era pós-Castro os desígnios imediatos do sector do turismo, amedrontado pela possibilidade de Cuba perder em breve o estatuto de último bastiao pseudo-comunista? A despedida do segundo comandante mais famoso da ilha trará consigo um imperialismo acentuado, esse até hoje com presenca oficial restringida ao mercado negro e à rotina da populacao através dos Levi's jeans, da coca-cola ou dos patins em linha. Entre um e outro, venha o D. e escolha.
Montag, 18. Februar 2008
Where's the beef?
As lojas estao cada vez mais abrangentes. A bomba de gasolina já deixou de o ser há imenso tempo, tendo visto as suas margens de lucro aumentarem nao na venda de produtos relacionados com o atestar da máquina, mas mais com aqueles que se vendem em acréscimo, do tipo jornais (com preco fixo), o paozinho e o pacote de leite do pequeno-almoco de domingo (com margens de 100%), a pizza de horas tardias com cerveja a acompanhar (o meu sustento em noites solitárias na cidade hanseática de Hamburgo). Numa farmácia nao se vendem apenas medicamentos, mas já podemos adquirir bens cosméticos ou um bombonzinho que se diz bom contra a tosse ou o gargalo entupido. Ou apenas com sabor a mentol. Ou lencos de papel, que se recebem automaticamente com cada compra (nao sei quantos pacotes me preenchem entretanto os armários na casa-de-banho). Os supermercados tornaram-se hipermercados e com tal movimento capazes de oferecer solucoes a todo e qualquer tipo de necessidades. Um restaurante nao serve aos clientes, mas usa e abusa da posicao de fornecido vinícola para vender as suas garrafas de vinho típico (italiano ou espanhol ou chileno) pelo dobro do que as mesmas custariam numa loja normal.
E o que sucedeu a livrarias? Precisamente o mesmo. O produto a ser vendido diversificou-se de tal forma que um consumidor normal já nao sabe identificar o que originalmente vinha comprar, se era o último do Murakami, o jornal semanário ou o pauzinho de incenso, para nao esquecer a coleccao de DVD dos 100 melhores filmes de todos os tempos. Talvez afinal nao fosse para comprar seja o que for, e antes para se sentar comodamente numa das poltronas espalhadas pelo piso 2 pertencentes à cadeia norte-americana Starbucks (essa igualmente espraiada por todos os cantos do mundo) com uma caneca de tamanho médio (que mais parece um balde) de café saboroso, premiado com muita espuma e um pouco de chocolate em pó, saboreando um dos inúmeros livros sobre aspectos decorativos de apartamentos loft em NYC. Ou entao preparando a apresentacao para a reuniao da próxima semana, equipado com laptop e enciclopédia (quem necessita de WLAN ou Wikipedia quando pode retirar aquilo que precisa de uma das estantes da livraria?). Tudo soa bastante cosmopolita e distante, quase forcado ou forjado por uma aptidao a tornar-se convenientemente como os outros, os civilizados e progressistas.
Para quem nao saiba bem o que poderá adquirir para decorar mais um móvel lá de casa poderá sempre optar por um livro de culinária, esse em miniatura e para todos os gostos. Todos? Quase. Desengane-se o gourmet que estiver sequioso de uma receita carnívora, parece que está fora de moda ou terá assumido o estatuto de politicamente incorrecto. Há de tudo, de comida indiana a receitas com chocolate, gambas com gambas ou esparguete de todos os feitios. Low fat, middle fat, not too fat. Vegetarianos ou veganos nao se sairiam mal. Umas receitas de peixe, sim (menos aconselhável ainda por questoes de preservacao natural), ou 1001 formas de se preparar espargos. Mas CARNE? BIFES? COSTELETAS? Sim, talvez bem lá escondidas as panadas à Viena. E basta.
Vim para casa sem saber o que pensar, se sou eu que ainda vivo num mundo pluralista aparentemente imaginário ou se exigirei demais do nível de escolha num estado democrático.
E o que sucedeu a livrarias? Precisamente o mesmo. O produto a ser vendido diversificou-se de tal forma que um consumidor normal já nao sabe identificar o que originalmente vinha comprar, se era o último do Murakami, o jornal semanário ou o pauzinho de incenso, para nao esquecer a coleccao de DVD dos 100 melhores filmes de todos os tempos. Talvez afinal nao fosse para comprar seja o que for, e antes para se sentar comodamente numa das poltronas espalhadas pelo piso 2 pertencentes à cadeia norte-americana Starbucks (essa igualmente espraiada por todos os cantos do mundo) com uma caneca de tamanho médio (que mais parece um balde) de café saboroso, premiado com muita espuma e um pouco de chocolate em pó, saboreando um dos inúmeros livros sobre aspectos decorativos de apartamentos loft em NYC. Ou entao preparando a apresentacao para a reuniao da próxima semana, equipado com laptop e enciclopédia (quem necessita de WLAN ou Wikipedia quando pode retirar aquilo que precisa de uma das estantes da livraria?). Tudo soa bastante cosmopolita e distante, quase forcado ou forjado por uma aptidao a tornar-se convenientemente como os outros, os civilizados e progressistas.
Para quem nao saiba bem o que poderá adquirir para decorar mais um móvel lá de casa poderá sempre optar por um livro de culinária, esse em miniatura e para todos os gostos. Todos? Quase. Desengane-se o gourmet que estiver sequioso de uma receita carnívora, parece que está fora de moda ou terá assumido o estatuto de politicamente incorrecto. Há de tudo, de comida indiana a receitas com chocolate, gambas com gambas ou esparguete de todos os feitios. Low fat, middle fat, not too fat. Vegetarianos ou veganos nao se sairiam mal. Umas receitas de peixe, sim (menos aconselhável ainda por questoes de preservacao natural), ou 1001 formas de se preparar espargos. Mas CARNE? BIFES? COSTELETAS? Sim, talvez bem lá escondidas as panadas à Viena. E basta.
Vim para casa sem saber o que pensar, se sou eu que ainda vivo num mundo pluralista aparentemente imaginário ou se exigirei demais do nível de escolha num estado democrático.
Donnerstag, 14. Februar 2008
A memória selectiva
A era da informacao torna-se uma escravidao. Já nao basta saber o que sucede no bairro ou na cidade ou mesmo no país, a abrangencia torna-se global sem que a dimensao dos cérebros se modifique. E daí talvez isso aconteca sem nos apercebermos. Provavelmente caíremos na mesma situacao que os nossos antepassados, porém com uma incrementada massa cinzenta. Seria uma evolucao necessária, como a do pescoco da girafa. Para arrecadar a quantidade de informacao que circula precisamos de espaco, qual iPOD ou PC, quanto mais memória, melhor. E muitas sinapses, de forma a estabelecermos as relacoes mais creativas e, por vezes, aparentemente absurdas, entre um produto e o potencial consumidor, entre uma ideia de negócio e o seu business plan, entre aquilo que vemos, sentimos e cheiramos e uma eventual necessidade a criar, em prol da inovacao, do consumo e do progresso. Pergunto-me se realmente tudo será possível, como propagandeam alguns gurus. Ou se, seguindo afirmacoes quase proféticas de matemáticos que se dedicaram à análise da sequencia de recordes no desporto mundial, tudo atingirá um limite, mais dia menos dia.
Uma pesquisa no Google sobre a palavra informacao dá-nos um resultado de 4.900.000.000 entradas, uma loucura. Se nao constitiu uma afronta à memória selectiva, pelo menos é um desafio herculiano. Como aprender a seleccionar? Será que conseguimos controlar as capacidades cerebrais de uma forma tao extensiva? Nao me interessa onde vive Robert de Niro, o que é certo é que esse tipo de informacao permanece mais facilmente gravado na memória do que o nome da capital do Chad (diga-se que N'Djamena nao será dos mais fáceis a decorar...). Nao estou certa do que alternativas nos restam, mas assumo que tendo para uma fase de dieta. A dieta da informacao.
Uma pesquisa no Google sobre a palavra informacao dá-nos um resultado de 4.900.000.000 entradas, uma loucura. Se nao constitiu uma afronta à memória selectiva, pelo menos é um desafio herculiano. Como aprender a seleccionar? Será que conseguimos controlar as capacidades cerebrais de uma forma tao extensiva? Nao me interessa onde vive Robert de Niro, o que é certo é que esse tipo de informacao permanece mais facilmente gravado na memória do que o nome da capital do Chad (diga-se que N'Djamena nao será dos mais fáceis a decorar...). Nao estou certa do que alternativas nos restam, mas assumo que tendo para uma fase de dieta. A dieta da informacao.
Montag, 11. Februar 2008
Umas férias, mil e uma existencias
O frenesi das curtas férias que gozo neste momento nao se deixou antecipar pois decidi nao ir a lado algum. Talvez uns dias na zona Benelux, onde estarei a propósito de uma entrevista. Ou provavelmente estarei tao arrasada dado o quase esgotamento auto-induzido próprio de momentos prévios a essas situacoes que nao terei sequer vontade de calcorrear a zona de carro, de lés a lés, de rabo tremido. Posso ainda dedicar uns momentos a actividades mundanas e, porém, necessárias, para as quais normalmente nao resta nem tempo nem paciencia, como o preenchimento da declaracao de IRS ou a tao ansiada arrumacao dos objectos há longo perdidos nos caixotes da cave.
Logo se verá, a disposicao depende dos dias. Ou do sol. Hoje estive de muito bom humor.
Tive uma experiencia interessante. Talvez por estar descontraída - sim, as férias sempre possuem uma utilidade per se, nao necessariamente dependente daquilo que se faz. O fazer nada constitiu um prazer infinito, adieu, sentido utilitário da existencia!
Dizia eu que gozei um dia de hoje com especial deleite. Decidi mever os músculos no ginásio e pus-me a caminho do mesmo, sem uso de outro meio de transporte que nao o próprio - a butes! -, de tralha às costas, o que nao obstante me permitiu sentir o que se passava no meu exterior. Por vezes esquecemo-nos que afinal nao somos o centro do mundo.
É fascinante apercebermo-nos da vida que o bairro onde vivemos em si acumula, o passar dos dias que vai paralelamente acontecendo. Cada um, ocupadíssimo a nível laboral, concentra-se na sua rotina diária, ignorando a dos outros, ali, tao perto. A vida desse bairro, completamente independente da nossa. As duas nao se cruzam, apenas quando temos férias e nos decidimos entregar à descoberta. Por estar sol, diga-se de passagem miraculosamente, as pessoas decidem abandonar as tocas e escarafunchar o que o exterior presenteia. Esse corpo celeste obtém a magnanimidade de conduzir as pessoas a romperem o seu percurso normal. Reparei na idosa que, dona do seu destino, entrega uns minutos, regozijando-se, ao calor dos raios solares. Ali no canto, sentada na sua cadeira-muleta (um tal veículo jamais avistado em Portugal), de faces rosadas viradas para a estrela abencoada. Deixei-me envolver por ruídos, de vozes ou movimentos bruscos de pás no alcatrao que me assolam a imaginacao com caras rudes, suadas, enrugadas de sorrisos, campainhas de bicicletas accionadas em sinal de sobreaviso, apesar dos caminhos de ciclistas bem delineados nos passeios. Ao meio-dia, sente-se o tumulto das compras, os odores do almoco a fazer, ou o cheiro adocicado do gelado que se consome em unidades gigantescas assim que se sinta o primeiro raiar a tocar a pele. Os alemaes sao de facto muito sensíveis às condicoes climatéricas. Engracado que os únicos a nao mudarem de aspecto sao os managers ou empregados da banca, que se acumulam na rua, de facto e gravata, após terem picado o ponto da pausa de almoco obrigatória. Nao os consigo distinguir uns dos outros, tal a originalidade, muito menos por intermédio das vidracas dos restaurantes italianos, aqueles que tao bem conheco por já os ter contado mil e uma vezes (22?), os quais estao plenos, invariavelmente. Tais circunstancias tao favoráveis sao igualmente aproveitados por recém-mamas (atencao ao til), essas provavelmente desesperadas em normais dias de chuva. Sugam os dias de sol até ao tutano e povoam os passeios com seus carrinhos de bebé da chic Chicco, quase numa latente competicao a ver quem tem o carro mais caro, moderno e com mais aplicacoes e/ou funcoes. Passeam-se sem reparar no espaco exiguo que resta a um comum transeunte, esse que se ve forcado a partilhar os seus metros quadrados com ciclistas, tocadores de acordeao, empregados de esplanada, a própria esplanada tao generosa, as mamas e os seus carrinhos. Nao importa se o pé fica entalado, uma mae tem prioridade, afinal alimenta o futuro da nacao!
Deixei-as para trás, essas criaturas tao necessárias, e prossegui o meu percurso. Reparei numa loja de jornais tipo tabacaria, fechada há pelo menos uma semana. Imaginei os artigos da imprensa e as revistas a amarelecerem com o tempo, afinal de contas nao haverá nada mais desactualizado que o jornal de ontem. Quando voltarem a abrir as portas, terao que repor o stock na totalidade, ninguém quererá comprar o Spiegel de há uma semana.
Apercebi-me que as segundas sao o dia de folga dos cabeleireiros. Se comprasse um guia sobre a Alemanha, será que iria encontrar esta informacao essencial como dica de sobrevivencia?
Cheira a pizza, a döner kebab e a flores, a Primavera antecipa-se de forma alucinante. E eu a caminho do ginásio, de estomago vazio, mas de espírito completo.
Com um dia destes nao há razao para estar nervosa, pois nao?
Logo se verá, a disposicao depende dos dias. Ou do sol. Hoje estive de muito bom humor.
Tive uma experiencia interessante. Talvez por estar descontraída - sim, as férias sempre possuem uma utilidade per se, nao necessariamente dependente daquilo que se faz. O fazer nada constitiu um prazer infinito, adieu, sentido utilitário da existencia!
Dizia eu que gozei um dia de hoje com especial deleite. Decidi mever os músculos no ginásio e pus-me a caminho do mesmo, sem uso de outro meio de transporte que nao o próprio - a butes! -, de tralha às costas, o que nao obstante me permitiu sentir o que se passava no meu exterior. Por vezes esquecemo-nos que afinal nao somos o centro do mundo.
É fascinante apercebermo-nos da vida que o bairro onde vivemos em si acumula, o passar dos dias que vai paralelamente acontecendo. Cada um, ocupadíssimo a nível laboral, concentra-se na sua rotina diária, ignorando a dos outros, ali, tao perto. A vida desse bairro, completamente independente da nossa. As duas nao se cruzam, apenas quando temos férias e nos decidimos entregar à descoberta. Por estar sol, diga-se de passagem miraculosamente, as pessoas decidem abandonar as tocas e escarafunchar o que o exterior presenteia. Esse corpo celeste obtém a magnanimidade de conduzir as pessoas a romperem o seu percurso normal. Reparei na idosa que, dona do seu destino, entrega uns minutos, regozijando-se, ao calor dos raios solares. Ali no canto, sentada na sua cadeira-muleta (um tal veículo jamais avistado em Portugal), de faces rosadas viradas para a estrela abencoada. Deixei-me envolver por ruídos, de vozes ou movimentos bruscos de pás no alcatrao que me assolam a imaginacao com caras rudes, suadas, enrugadas de sorrisos, campainhas de bicicletas accionadas em sinal de sobreaviso, apesar dos caminhos de ciclistas bem delineados nos passeios. Ao meio-dia, sente-se o tumulto das compras, os odores do almoco a fazer, ou o cheiro adocicado do gelado que se consome em unidades gigantescas assim que se sinta o primeiro raiar a tocar a pele. Os alemaes sao de facto muito sensíveis às condicoes climatéricas. Engracado que os únicos a nao mudarem de aspecto sao os managers ou empregados da banca, que se acumulam na rua, de facto e gravata, após terem picado o ponto da pausa de almoco obrigatória. Nao os consigo distinguir uns dos outros, tal a originalidade, muito menos por intermédio das vidracas dos restaurantes italianos, aqueles que tao bem conheco por já os ter contado mil e uma vezes (22?), os quais estao plenos, invariavelmente. Tais circunstancias tao favoráveis sao igualmente aproveitados por recém-mamas (atencao ao til), essas provavelmente desesperadas em normais dias de chuva. Sugam os dias de sol até ao tutano e povoam os passeios com seus carrinhos de bebé da chic Chicco, quase numa latente competicao a ver quem tem o carro mais caro, moderno e com mais aplicacoes e/ou funcoes. Passeam-se sem reparar no espaco exiguo que resta a um comum transeunte, esse que se ve forcado a partilhar os seus metros quadrados com ciclistas, tocadores de acordeao, empregados de esplanada, a própria esplanada tao generosa, as mamas e os seus carrinhos. Nao importa se o pé fica entalado, uma mae tem prioridade, afinal alimenta o futuro da nacao!
Deixei-as para trás, essas criaturas tao necessárias, e prossegui o meu percurso. Reparei numa loja de jornais tipo tabacaria, fechada há pelo menos uma semana. Imaginei os artigos da imprensa e as revistas a amarelecerem com o tempo, afinal de contas nao haverá nada mais desactualizado que o jornal de ontem. Quando voltarem a abrir as portas, terao que repor o stock na totalidade, ninguém quererá comprar o Spiegel de há uma semana.
Apercebi-me que as segundas sao o dia de folga dos cabeleireiros. Se comprasse um guia sobre a Alemanha, será que iria encontrar esta informacao essencial como dica de sobrevivencia?
Cheira a pizza, a döner kebab e a flores, a Primavera antecipa-se de forma alucinante. E eu a caminho do ginásio, de estomago vazio, mas de espírito completo.
Com um dia destes nao há razao para estar nervosa, pois nao?
Sonntag, 10. Februar 2008
Think globally
Há que evitá-los, os lugares comuns ou as generalizacoes que atenuam um individualismo eminente. Mas que somos diferentes, ai isso é que somos.
A ver aqui o que os Canadianos descobriram.
A ver aqui o que os Canadianos descobriram.
Freitag, 8. Februar 2008
Antecipacao futuristica
Mittwoch, 6. Februar 2008
Tentativa ecológica
Há uns meses que me proibí de comprar mangos. Deixei inspirar-me por um artigo sobre um intelectual nova-iorquino que se decidiu por produtos locais produzidos, segundo me lembro, num raio de 100 km. Além do mais, já numa trip levada muito a sério, vendeu todos os seus electrodomesticos para passar a entreter-se a tocar guitarra acustica nos seroes ao inves de ler jornais ou ver TV, abdicando inclusivamente do uso doméstico de papel higiénico.
Ok, aí vou.
Fase I: Optei por uma alimentacao de legumes / fruta baseada em produtos de origem germanica e passei a verificar todas as etiquetas de identificacao no supermercado, arriscando-me a ser alvo de olhares curiosos dos concidadaos que apenas se ficam pelo controlo dos precos do kilo.
Tarefa difícil. Alface, couve, cenouras. O tomate fica fora de questao, vem de Itália, Espanha ou Senegal. Fruta? Sim, as macas (atencao ao til) do Tirol (nao fica bem, bem na Alemanha, mas é perto). Com um pouco de sorte, morangos no Verao. Bananas? Esquece. Pessegos? Nem pensar. Peras? Pouco menos. Uvas? Nao era época.
Andei uns meses a exasperar, a enganar o estomago com o fruto proibido tiroles, que já jodelava de tanta pevide. E já nao havia paciencia para tanto morango, a lei da utilidade marginal decrescente comprovou-se mais uma vez na prática.
A dieta foi tanta que o meu dentista perguntou se eu andava a exagerar na salada, pois os meus dentes estavam a ganhar uma tonalidade esverdeada! Entrei em panico!
O caso tornou-se tao grave que deixei de comprar fruta e passei a lavar os dentes imediatamente após ingerir algo verde (outra vez o problema da melanina??).
Fase II: 100 km nao diria, avancemos em termos de território, tipo estratégia hitleriana. Que país me convem melhor? Alarguei o meu espaco gastronómico a Franca (as batatas, pois, alternativa seria Israel), Itália (vá lá, uma nectarina ou um tomate mini nao vao fazer a diferenca no balanco ecológico, talvez uma plantinha de basilico para enfeitar o esparguete) e Holanda (nem imaginam a quantidade de pimentos que este país pode produzir). Assim já posso descansar a consciencia com a maca do Tirol.
Um grande problema quando se quer cozinhar uma sopa de legumes ou fazer uma salada de frutas para as visitas (a acompanhar o pudim, feito de leite alemao).
O alho frances da Bélgica? Ou o nabo de Espanha? Ah, pois, decisoes. E a Banana do Ecuador, que, como sabemos, reina em primazia sobre a banana ana da Madeira? Ou a framboesa de Portugal? Os pessegos, os pessegos! Uma manga madura do Brasil ficaria tao bem a enfeitar. E o kiwi australiano ou a physialis da Nova Zelandia? Curiosamente o ananás nao me ficou na memória, mas tem cara de transporte aereo.
Fase III: Lá está, quase de volta ao ponto de partida. Mas só em situacoes extremas tipo festas ou ansiadas sopas de feijao manteiga (oriundo da Turquia).
P.S.: Assumo que nao prescindi do papel higiénico. A alternativa seria follhas de alface ou sabugos de milho, como no século XIX.
Ok, aí vou.
Fase I: Optei por uma alimentacao de legumes / fruta baseada em produtos de origem germanica e passei a verificar todas as etiquetas de identificacao no supermercado, arriscando-me a ser alvo de olhares curiosos dos concidadaos que apenas se ficam pelo controlo dos precos do kilo.
Tarefa difícil. Alface, couve, cenouras. O tomate fica fora de questao, vem de Itália, Espanha ou Senegal. Fruta? Sim, as macas (atencao ao til) do Tirol (nao fica bem, bem na Alemanha, mas é perto). Com um pouco de sorte, morangos no Verao. Bananas? Esquece. Pessegos? Nem pensar. Peras? Pouco menos. Uvas? Nao era época.
Andei uns meses a exasperar, a enganar o estomago com o fruto proibido tiroles, que já jodelava de tanta pevide. E já nao havia paciencia para tanto morango, a lei da utilidade marginal decrescente comprovou-se mais uma vez na prática.
A dieta foi tanta que o meu dentista perguntou se eu andava a exagerar na salada, pois os meus dentes estavam a ganhar uma tonalidade esverdeada! Entrei em panico!
O caso tornou-se tao grave que deixei de comprar fruta e passei a lavar os dentes imediatamente após ingerir algo verde (outra vez o problema da melanina??).
Fase II: 100 km nao diria, avancemos em termos de território, tipo estratégia hitleriana. Que país me convem melhor? Alarguei o meu espaco gastronómico a Franca (as batatas, pois, alternativa seria Israel), Itália (vá lá, uma nectarina ou um tomate mini nao vao fazer a diferenca no balanco ecológico, talvez uma plantinha de basilico para enfeitar o esparguete) e Holanda (nem imaginam a quantidade de pimentos que este país pode produzir). Assim já posso descansar a consciencia com a maca do Tirol.
Um grande problema quando se quer cozinhar uma sopa de legumes ou fazer uma salada de frutas para as visitas (a acompanhar o pudim, feito de leite alemao).
O alho frances da Bélgica? Ou o nabo de Espanha? Ah, pois, decisoes. E a Banana do Ecuador, que, como sabemos, reina em primazia sobre a banana ana da Madeira? Ou a framboesa de Portugal? Os pessegos, os pessegos! Uma manga madura do Brasil ficaria tao bem a enfeitar. E o kiwi australiano ou a physialis da Nova Zelandia? Curiosamente o ananás nao me ficou na memória, mas tem cara de transporte aereo.
Fase III: Lá está, quase de volta ao ponto de partida. Mas só em situacoes extremas tipo festas ou ansiadas sopas de feijao manteiga (oriundo da Turquia).
P.S.: Assumo que nao prescindi do papel higiénico. A alternativa seria follhas de alface ou sabugos de milho, como no século XIX.
Este é o dia
Ano: Algures entre 1994 e 1998
Hora: Entre a uma e as tres da manha
Local: Aqui há rato
Cidade: Coimbra
Acompanhante: Um gin tónico
"You could've done anything, if you'd wanted.
And all your friends and family think that you're lucky.
But the side of you they'll never see
Is when you're left alone with the memories
That hold your life together like -- glue
You pull back the curtains, and the sun burns into your eyes.
You watch a plane flying across a clear blue sky.
This is the day -- your life will surely change.
This is the day -- when things fall into place."
All-time favourite: The The
Hora: Entre a uma e as tres da manha
Local: Aqui há rato
Cidade: Coimbra
Acompanhante: Um gin tónico
"You could've done anything, if you'd wanted.
And all your friends and family think that you're lucky.
But the side of you they'll never see
Is when you're left alone with the memories
That hold your life together like -- glue
You pull back the curtains, and the sun burns into your eyes.
You watch a plane flying across a clear blue sky.
This is the day -- your life will surely change.
This is the day -- when things fall into place."
All-time favourite: The The
O comum dos lugares
O convívio com o elemento masculino acarreta as suas consequencias interessantes. Há anos que julgo distinguir o que constitui um fora-de-jogo nas linhas paralelipípedas dos entusiasticos campos de futebol, motivo pelo qual quase me sinto orgulhosa. Mas ainda nao consegui perceber o que me separa do comum dos fans de futebol, pois as minhas conclusoes em relacao às faltas sao sempre contrárias às decisoes dos árbitros. Marcam faltas enquanto eu ainda estou a vociferar "levanta-te, ó fiteiro!", erguem os seus bracos imponentes de poder com um cartao vermelho ainda estou eu a meio da retrospeccao da cena a tentar ver onde estava a chuteira esquerda no momento da queda. "Entao a rasteira foi mais do que evidente, nao viste o pé do jogador?", perguntam-me. "Qual pé??", questiono estupefacta.
Decidi entao concentrar-me nas cores da próxima coleccao Primavera / Verao.
Decidi entao concentrar-me nas cores da próxima coleccao Primavera / Verao.
Dienstag, 5. Februar 2008
Super country!
Os olhos do mundo inteiro estao virados para esse país que mais parece uma costeleta suculenta, o que me parece apropriado na Era Super Size Me. Ele é Super Bowl, ele é Super Tuesday... Grandiosidade q.b.
Uma grande vantagem é ter a nossa Sinapse in loco, sempre a par dos acontecimentos.
Uma grande vantagem é ter a nossa Sinapse in loco, sempre a par dos acontecimentos.
Montag, 4. Februar 2008
Gostaria de saber como terao reagido os nossos antepassados há 6.000 ou 10.000 anos ao se aperceberem da existencia do primeiro especimen de olhos azuis, que terá nascido em resultado de um defeito genético.
Terá sido objecto de troca? Ou alvo de piadas? Talvez apedrejado? Ou punido publicamente? Provavelmente o contrário, adorado como criatura de poderes extraordinários, sinal de sorte (como na Turquia) e propagacao da espécie.
O medo daquilo que nao se conhece.
E pensar que 10% da populacao será sua descendente.
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