Freitag, 16. Mai 2008

Corte...

Ando mesmo perdida. Desde há duas semanas que nao tenho controlo sobre o tempo. O culminar da situacao foi chegar a casa ontem, faminta, sedenta, comiserada pelo trabalho, desesperadamente a precisar dos mimos de uma refeicao quente e da TV (aconselhada em casos de desejos vegetativos) e puuuffff... A corrente electrica tinha sido cortada. Por falta de pagamento. E eu nem dei conta que os meses tinham passado e as contas se iam acumulando.
Interessante situacao. O que fazer hoje em dia sem luz? Panico total.
Acendi uma vela que me acompanhou na escuridao que entretanto persistentemente se tinha apoderado do espaco. Pensei em mandar umas mensagens a contar o sucedido. Reparei que o meu telemóvel estava quase sem bateria. Primeiro desafio: Como carregar telemóveis sem corrente electrica? Existe um sistema de manivela que conheci em Itália, mas que nao possuo em casa. De qualquer forma, como qualquer cidadao digno deste século, haverá sempre o Blackberry. Pela primeira vez reparei que este pequeno aparelho contem igualmente a funcao de despertador. Sim, pois o normal nao pisca, a corrente está ausente e o telemóvel quase a despedir-se.
Respirei fundo e gozei o silencio. Sem aparelhos ou ventoinhas, sem caixas de som ou vibracoes electricas. Como se o mundo tivesse voltado aos primordios.
Deitei-me no sofá com a vela a encaminhar os meus olhos ao ler um livro (Stasiland, escrito por uma autora australiana sobre a DDR). Adormeci quase de súbito. A pensar no conteúdo do congelador...

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