Freitag, 23. Januar 2009

Contrários

A Ecila nao recomenda o Benjamin Button. Achei a história interessante quando vi o trailer, mas ainda nao fui ao cinema ve-lo. Imaginei, se com a idade a sapiencia vai acumulando, será que se passa o mesmo quando é ao contrário, mas noutra ordem? Se os idosos por vezes parecem criancas, parecerao criancas idosos se o processo de crescimento for invertido?

O meu fim-de-semana vai ser passado em...

Diferencas culturais - parte II

Em Düsseldorf existe uma comunidade japonesa enorme. Segundo ouvi dizer e sem contar com o Japao, claro, será a segunda maior do mundo a seguir a Sao Paulo, Brasil, cidade que possui um bairro (o famoso Bairro da Liberdade) que mais se assemelha à China Town (ou, neste caso, Japanese Town) do que à favela. Durante esta semana esteve a decorrer o Festival Cinematográfico Japones. Optei por um filme intitulado "Surviver Style 5+". Cinco por se tratar de cinco histórias diversas e, porém, todas interligadas. À la "Babel" ou "Pulp Fiction". Uma mais bizarra que a outra.
1. Um tipo casado com uma morta-viva que volta sempre a casa após ter sido enterrada na floresta ao pé de casa; o tipo decide contratar um
2. Assassino profissional do UK (representado por Vinnie Jones), o qual, antes de concretizar o seu contrato, aborda as suas vítimas com uma das mais importantes questoes que alguma vez poderao ser levantadas "What is your function in life?"; Uma das vítimas é o hipnotisador da foto, personagem conhecida no Japao num show cheio de quitsch, companheiro lascivo de uma
3. Profissional de marketing e publicidade, em constante júbilo criativo e, por tal, sempre acompanhada com um gravador da Sony de forma a nao esquecer as suas ideias; por estar completamente farta do namorado, decide contratar o tal assassino, que aparece em pleno show do hipnotisador, morto em palco após ter transformado
4. Um pai de família num pássaro; Após tal episódio e várias idas ao médico, a família conclui que nao haverá nada a fazer, o homem nao volta ao estádio normal, sendo invadido por ataques de panico cada vez que a esposa cozinha frango para o jantar; o filho mais novo é o mais sábio do filme pois apercebe-se que nada permanece igual e cada um tem que lidar com uma nova situacao da melhor forma possível, decidindo ensinar ao pai-ave como rolar de um monte abaixo, sob os olhos de
5. Um grupo de tres rapazes que decidem assaltar a casa da família para jogar cartas, dando um deles, com dentes absolutamente incertos e esburacados, a ideia de estar completamente apaixonado pelo "J", o mais bem-parecido do grupo. Numa outra altura do filme, estao os tres na sauna e cruzam-se com o assassino britanico, que chama "paneleiro" ao dentuca e decide bater-lhe por este o ter incomodado na sauna; o amigo "J" decide defender o amigo e é apunhalado; no calor da discussao vem-se a concluir que afinal o "J" também é gay, porém ficou agarrado a uma cadeira de rodas em resultado do acidente com o assassino.
O filme tem cenas hilariantes, totalmente a fugir de qualquer mainstream da grande e poderosa indústria de Hollywood. Recomenda-se.

Foto: Tirada daqui.

Dienstag, 20. Januar 2009

Guias turísticos

Eu passei pelo mesmo martírio que a Mol quando cheguei à Alemanha e reparei que em quase nenhuma casa se encontra um bidé. Questionei os aborígenas, quis saber porque tal objecto nao faz parte da decoracao normal numa casa-de-banho alema. Retorquiram que o bidé é sinal de luxo, hoje em dia ninguém tem espaco para tal coisa "inútil". Imaginem o que foi explicar tal (des)hábito aos "bidedependentes*" portugueses que me vieram visitar desde tal descoberta extraordinária. Tal informacao nao consta em nenhum guia turístico!! Aliás, nao entendo porque tais aspectos nao merecem uma referencia em lado nenhum, apesar de representarem diferencas culturais importantes. Os bidés brasileiros, por exemplo, oferecem um jacto de baixo para cima (e nao o contrário). Eu digo, se nao fosse tao importante tal coisa, ninguém se teria lembrado de representar a Bulgária como um WC.

* Retirado do Dicionário Portugues-MOL-Portugues

Samstag, 17. Januar 2009

O Algarve - I

O amanhecer

Portugues desaparecido em Berlim

Afonso desapareceu sem deixar um mínimo rasto. Estagiário do ICEP em terras alemas, saiu de uma discoteca em Berlim, cidade onde reside, a altas horas da madrugada e nunca chegou a casa. Aqui o blog com as fotos. Nao sei em que sentido posso ajudar, mais que a polícia nao posso fazer, mas quica divulgar ajude... Este desaparecimento tocou-me.

Freitag, 16. Januar 2009

Actividade de fim-de-semana

Indago. Porque será que a blogosfera tem muito menos movimento durante o fds? Eu tenho muito mais tempo para pensar durante esses dois santos dias, isso se nao andar por aí... O que irá acontecer regularmente (espera-se) durante este ano novo (já lá vao tres semanas). Próxima paragem daqui a uma semana: London Town. A ver se consigo um blind date com o Matt Johnson.

Donnerstag, 15. Januar 2009

A Europa de David Cerny

Alguém andou a jogar na roleta e perdeu.
Apostou no sentido de humor dos europeus.
Além de se ter passado por 27 artistas, David Cerny tomou a sua própria decisao sobre o que mais caracteriza um país. A EU à checo.
Alemanha: Auto-estrada em forma de suástica;
Franca: Greve Geral;
Suécia: Um cartao do Ikea;
Espanha: Um aglomerado de betao com um camiao (ou bomba?);
Itália: Um completo campo de futebol;
Roménia: Sob a égide do Conde;
Bulgária: Uma sanita (daquelas antigas, onde se fica de pé);
Dinamarca: País de Lego;
Holanda: País inundado e invadido por minaretes;
GB: Ausente (sinal de Europaismo...)
Mais aqui.

Ainda ando à procura do simbolismo Portugal, ninguém fala no assunto...


Sonntag, 11. Januar 2009

Como perder o controlo das próprias emocoes

Dormir = 8 horas
Trabalhar = 8 horas
Preparar-se para o trabalho = 30 minutos
Deslocar-se para ir trabalhar = 1 hora
Refeicoes = 1 hora

Restam 5,5 horas do dia.
Tirando duas horas extra no emprego (a assumir) = 3,5 horas.

Agora digam-me como conseguir ter um hobby, tempo para pensar, oportunidade para comprar o que comer, ler vinte páginas de um livro, escrever posts, andar a par das notícias via TV, jornais e internet, formar / formular opinioes, ir ao ginásio, encontrar amigos, telefonar aos amigos, escrever aos amigos, telefonar à família, escrever à família, consultar as cinco networks, planear as férias, ... SEM ENTRAR EM PARAFUSO??

Crencas

A publicacao cibernética Edge lanca desde há uma série de anos um conjunto de questoes à comunidade científica, normalmente de teor existencial, evolucionista ou puramente científico. À pergunta "Em que acreditas sem que o consigas provar?" houve respostas numerosas do género "a única coisa que existe é a consciencia, o resto que se conhece trata-se apenas de um ambiente de trabalho qual PC composto por links e icons que simplifica a realidade por detrás, essa muito mais complexa do que o que se pode vislumbrar" ou "desilusao e traicao sao mecanismos de equilíbrio que limitam o que cada indivíduo pode alcancar".
Eu acredito que Deus nao existe. E que o conflito na faixa de Gaza (alguém sabe como e porque realmente comecou?) nao tem nada a ver com esse Deus.
Um cientista acredita que a moral humana se desenvolveu nos últimos anos e que a direccao seguida só pode ser a correcta. À luz dos acontecimentos dos últimos meses, duvido muiiiito.

Montag, 5. Januar 2009

Aberracoes da Natureza?

Digam lá se esta maca da China nao é tao gira?*

*Está é um pouco fora do prazo. Decidi nao comprar, ouvi dizer que as águas por aquelas bandas estao um pouco contaminadas...

O tempo - parte II





O tempo por aqui


Sonntag, 4. Januar 2009

Sociedade protectora dos caninos

Gosto de caes, acho interessante a sua dedicacao, o seu sentido apurado do perigo, a sua capacidade de memória (ou será instinto?), a sua abilidade em captar rotinas. Nao acho tanta piada à sua dependencia, ao seu cheiro, principalmente após um passeio sob chuva, às poitas nos passeios (mais culpa da falta de civismo dos donos em si), mas como ninguém me obriga a ter um, nao me importo que os outros os possuam. Agora digam-me uma coisa: Nao terá um cao os mesmos direitos no que toca a transportes públicos que as pessoas, utentes humanos?
Aqui há dias passou uma pequena notícia no Jornal das 8 sobre a dona de um destes seres de quatro patas, de seu nome Leo, ambos passageiros frequentes da Deutsche Bahn (os caminhos-de-ferro germanicos). O cao paga metade de um bilhete, o mesmo que uma crianca, apesar de nao ocupar nenhum lugar sentado e ainda fazer o favor de limpar o chao. A dona decidiu tirar um passe para o Leo, de forma a tornar a coisa menos onerosa, enviando o formulário para Berlin, com uma foto muito apelativa e simpática do mesmo. A empresa decidiu nao aceitar o pedido pois o privilégio do passe está atribuído exclusivamente a humanos. Em resposta aos protestos da dona, a DB retorquiu que nao teria qualquer sentido um cao possuir um passe pois cada utente com passe recebe constantemente material publicitário enviado ao domicílio, absolutamente inadequado para um cao. Em acréscimo, o facto de o cao ser detentor de um passe conferir-lhe-ia igualmente o direito a coleccionar pontos de fidelidade, os quais o cao nao poderia trocar. "Quem disse que nao?", respondeu a dona, indignada, "Os pontos dariam para uma salsicha no bar do comboio, nao acha?".
Fim da reportagem.

É difícil ser-se hoje adolescente

Hoje é domingo, o dia das arrumacoes, bastante necessárias após tantos dias de preguica aguda e cura de desintoxicacao derivada dos festejos de Natal e Ano Novo. A mala das férias, qual objecto constante de decoracao interior, ainda estava por desfazer, escancarada no chao do quarto. Arregacei as mangas, dediquei-me de corpo e alma à tarefa dura de escolher, dobrar, cheirar, separar, por a lavar, etc. Como antevia, até estar tudo concluído passaram-se umas boas horas. Pareceu-me uma boa alternativa, o tempo lá fora nao estava deveras convidativo para um passeio domingueiro, a neve foi caindo lentamente e cobrindo superfícies com o seu manto branco. Durante as arrumacoes decidi acender a TV de forma a ser acompanhada por um pouco de música. Como nao apanho a MTV, optei pela VIVA. O que vi deixou-me desolada, repleta por um sentimento de pena pelos adolescentes de hoje. No ar estava um programa "as melhores músicas dos últimos 25 anos" (a pensar que a maior parte dos espectadores ainda nao era nascida no início da contagem, pergunto-me como a música "Take on me" dos A-Ha de 1985 foi parar ao top 10), por vezes (umas 2 em cada 15 minutos) interropido por pausas publicitárias. Nao estou segura do que me decepcionou mais, se o teor qualitativo dos comentários dos apresentadores, que, à falta de melhor, usavam expressoes equiparadas ao nosso "coisa e tal" portugues, o facto de Tokio Hotel ocupar o lugar cimeiro da contagem, seguida por Celine Dion com a música do Titanic (filme que jamais vi) e uma cantora qualquer norte-americana (penso eu), da qual nao me recordo o nome, que canta - originalíssima - como gostou de ter beijado uma miúda (refrao "I kissed a girl, I liked it"), ou entao o carácter absolutamente desinteressante da publicidade que ia passando. A maior parte dos anúncios fazia alusao a músicas, das quais se poderia fazer um "download" (como se diz isto em portugues?) mandando umas quantas SMS para um número demasiado custoso, a melhor delas sendo uma melodia em alemao propagandeando "gosto de ti, apesar de seres uma merda" (acreditem, estou a traduzir à letra, sem censuras). Existia ainda outra possibilidade de queimar a mesada dos pais escrevendo uma SMS para um outro número, igualmente com custos elevadíssimos, sobre questoes importantes como "terá a vida sentido?" ou "engordei um quilo, será que ultrapassei o meu peso ideal?" ou entao "deverao mulheres ter pelos nas partes íntimas?", enfim, tudo o que sempre se desejou saber e jamais alguém clarificou.
Pois tive muita pena de nao ter apanhado o programa desde o início, principalmente porque conseguiu fugir a todos os estereotipos de edicoes do género, nas quais se esperaria nomes do tipo Madonna ou Michael Jackson a ocupar o primeiro lugar.
Seguiu-se "America's Next Top Model", bastante elucidativo e pedagógico, sobre as cinco finalistas, uma mais superficial e horripilante que a seguinte. O meu drama durou até ao momento no qual finalmente encontrei o comando da TV, esse escondido o tempo todo debaixo da pilha de vestidos que tinha para pendurar.