Ando perdida numa viagem sem respostas.
Encanta-me a melancolia da questao, mas impacienta-me a possibilidade de nao atingir um consenso pessoal. Muitas vezes nao sei o que quero, para mim. A conjuncao de interesses nao é sempre possível, entre os vários desejos nao consigo encontrar-me. Nao tenho um rumo certo, mesmo aquele que calcorreio nao me convence nem me preenche. Há algo sempre que fica para trás. Um momento nao vivido, uma escolha mal-tomada. O que seria se...? No fundo, a parte da personalidade que fala mais alto é aquele da estabilidade, quase como se o passar do tempo e o acumular da idade tivessem supremacia sobre todos os sonhos e desejos do antigamente. Questiono-me sobre a felicidade alheia, o que os olhares de rua me transmitem com um esgar por vezes assustador. Conto todas as manhas com os dedos de uma mao as pessoas que encaram o privilégio de acordarem para um novo dia com um sorriso nos lábios ou nos olhos. Nao me sossega o pensamento, naqueles dias tenebrosos nos quais tudo parece correr mal, de que haverá pessoas com piores problemas além dos diários conhecidos "o despertador nao toca, o café arrefece, as olheiras resistem à maquilhagem, a t-shirt deliberadamente escolhida durante o duche apresenta-se ao servico cheia de nódoas, a chuva fustiga as janelas e encobre o astro das hormonas, as chaves do carro escondem-se de mim"... Também nao me questiono sobre a fortuna alheia (porque ele e nao eu?), há obras do acaso, nem tudo terá uma explicacao óbvia?
A propósito de explicacoes, alguém ou algo terá tido ideias brilhantes a propósito da anatomia humana. Por vezes imagino o que seria se só tivessemos um olho e o sexo fosse no meio da testa. Nao teria jeito nenhum...
Mas deixemo-os de divagacoes, que a noite já vai longa aqui na Europa Central e eu nao quero exagerar no meu primeiro post desde há um mes, há que recomecar devagarinho, como se tivessem sido umas férias prolongadas.
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1 Kommentar:
Excelente regresso!! partilho!
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