Donnerstag, 8. Oktober 2009

Renúncia

Resido fora de Portugal há dez anos e continuo sentimentalmente ligada às minhas raízes. Vou a Portugal regularmente, o que me permite manter o contacto mental com o meu país. Interesso-me menos (ou nada) por futebol e mais pela política. Acompanhei os escandalos de teor político que quase todos os dias enchiam as páginas dos jornais. A imagem da classe governativa portuguesa, independentemente do partido a que os seus membros pertencem, chega demasiado denegrida ao estrangeiro, nao devido à intervencao da imprensa estrangeira já que infelizmente nao merecemos muito destaque, mas por intermédio do que os media portugueses vao revelando, talvez com algum prazer mórbido associado ao estigma bem portugues do mal-dizer. Sinto mesmo muito que estes episódios pouco abonatórios me tenham tirado qualquer vontade de carácter interventivo que ainda restava após tanto tempo fora, quase que me obrigando a renunciar à participacao num regime democrático. Nao fui votar. Votei para as Autárquicas e para as Europeias na Alemanha.

Traidora? Nao, apenas desiludida com o que nos tornámos. E eu, bem longe, sem poder influenciar seja o que for, nao pelo voto, mas pelo exemplo pessoal.

A propósito deste artigo do Público.

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