Donnerstag, 14. Februar 2008

A memória selectiva

A era da informacao torna-se uma escravidao. Já nao basta saber o que sucede no bairro ou na cidade ou mesmo no país, a abrangencia torna-se global sem que a dimensao dos cérebros se modifique. E daí talvez isso aconteca sem nos apercebermos. Provavelmente caíremos na mesma situacao que os nossos antepassados, porém com uma incrementada massa cinzenta. Seria uma evolucao necessária, como a do pescoco da girafa. Para arrecadar a quantidade de informacao que circula precisamos de espaco, qual iPOD ou PC, quanto mais memória, melhor. E muitas sinapses, de forma a estabelecermos as relacoes mais creativas e, por vezes, aparentemente absurdas, entre um produto e o potencial consumidor, entre uma ideia de negócio e o seu business plan, entre aquilo que vemos, sentimos e cheiramos e uma eventual necessidade a criar, em prol da inovacao, do consumo e do progresso. Pergunto-me se realmente tudo será possível, como propagandeam alguns gurus. Ou se, seguindo afirmacoes quase proféticas de matemáticos que se dedicaram à análise da sequencia de recordes no desporto mundial, tudo atingirá um limite, mais dia menos dia.
Uma pesquisa no Google sobre a palavra informacao dá-nos um resultado de 4.900.000.000 entradas, uma loucura. Se nao constitiu uma afronta à memória selectiva, pelo menos é um desafio herculiano. Como aprender a seleccionar? Será que conseguimos controlar as capacidades cerebrais de uma forma tao extensiva? Nao me interessa onde vive Robert de Niro, o que é certo é que esse tipo de informacao permanece mais facilmente gravado na memória do que o nome da capital do Chad (diga-se que N'Djamena nao será dos mais fáceis a decorar...). Nao estou certa do que alternativas nos restam, mas assumo que tendo para uma fase de dieta. A dieta da informacao.

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