Após umas horas passadas no ginásio, que cada vez me dao menos prazer (será sinal de senilidade e sedentadoria?), decidi escolher um outro que nao o rumo directo para casa, afinal esta encontrava-se vazia. Hoje nao estava naqueles dias de abrir portas às minhas loucuras profundas, o que sucede naquelas horas em que estou home alone e penso que ninguém me observa. Nao, optei por me regozijar com uma salada num bar. Apercebi-me dos olhares atentos dos que se encontravam já sentados. Quase ninguém entra sozinho num bar e muito menos pessoas se sentam numa mesa solitária, uma cadeira para si, outra para o casaco e a carteira, objecto assaz feminino de decoracao exterior. Senti uma obrigacao social de nao me deixar intimidar. Dei por mim a proceder exactamente na mesma quando a "escritora" marchou no bar, resoluta e de passos decididos, já com uma mesa em vista. Recuei no tempo, imaginei-me a mim mesma. A "escritora" puxou do seu caderno de notas e escreveu desenfreadamente as primeiras linhas. Um olhar fugaz apanhou o meu, para depois se debrucar no pequeno livro e continuar a esvaziar a alma, com um sorriso leve nos lábios. Assim como pensei em captar este momento de semi-intimidade no blog, assim irei eu aparecer num dos seus textos. Provavelmente.
Digo isto sem intencoes narcisisticas. Quando nos sentamos e julgamos sermos nós a parte activa de observacao, por vezes seremos simultaneamente o objecto de estudo.
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