Após ter visitado uma exposicao, seja ela de pintura ou fotografia, abstracta ou concreta, objectiva ou sentimental, decido invariavelmente nao me limitar à minha capacidade de memorizacao. Compro um catálogo. Por vezes irrito-me comigo mesma por, nesses momentos, me invadirem as vívidas fotos de salas de estar, presentes nas variadíssimas revistas de decoracao que preenchem qualquer estante de supermercado, loja de aeroporto ou quiosque de estacao. Qualquer sala que seja considerada bem decorada e, por isso, um exemplo a seguir no próprio domicílio, tem de estar composta por uma coffee table, cuja posicao no arranjo global é na maior parte das vezes fulcral, repleta de livros sobre as obras de Dalí, Picasso ou Mario Testino. Isto irrita-me pois a exuberancia de Dalí até me agrada bastante.
Nao me surpreende. Nas livrarias de museus ou casas de cultura, o espaco está de tal forma atafulhado de livros sobre tudo e sempre o mesmo que um qualquer visitante se sente incontrolavelmente tentado a comprar supérfluos como "Tudo que sempre quis saber sobre Miró" ou "Saiba porque ri a Mona Lisa". Que depois terminam os seus dias a acumular pó nas reentrancias da dita e famigerada coffee table.
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