A ecila postou um artigo do Spiegel sobre a manifestacao de alguns sindicatos alemaes gerada pela insatisfacao associada à chamada crise financeira. Eu, apesar de ser economista, tenho tendencias esquerdistas (nao é invulgar, mas também nao é normal, os da Velha Guarda sao olhados de lado, utópicos e ultrapassados...) e, como tal, apoio totalmente esta revolta. Algumas questoes que me venho colocando ainda nao obtiveram resposta, apesar dos mil e um artigos na press, das notícias e entrevistas na TV, dos opinadores normais acharem que, de uma cadeira, conseguem mudar o mundo.
- Mas desde quando uma bolsa de valores é representativa da economia? A maior parte das empresas, mesmo das economias tendencialmente capitalistas, pertence a uma classe intermédia e nao é cotada na bolsa;
- A que propósito uma crise financeira é confundida com uma crise económica? Uma conduziu sem dúvida à outra, sem que ambas sejam a mesma coisa!
- Porque razao terá o Estado de apoiar empresas de teor puramente autónomo e associadas a expressoes de mercado? Além de produzir postos de trabalho, porém envolvidas num objectivo puramente de lucros (principalmente as S.A.), que tipo de fim altruísta seguem essas empresas?
- Partilharao essas empresas os seus lucros com a sociedade? Que tipo de quota terao essas empresas na contribuicao para o bem comum através de desenvolvimentos sustentáveis em prol do ambiente e do progresso humano?
- Desde quando se terá tornado normal falar em bilioes de euros de lucro ou prejuízo? Eu ainda sou do tempo dos milhoes...
- Serao os bilioes de dívidas bancárias produto de movimentacoes reais ou contabilísticas?
- Se bilioes de dólares desapareceram da face financeira, para onde foram? Terao desaparecido num buraco negro ou jamais existiram?
- Que tipo de catástrofe será realmente o facto de uma empresa (por exemplo, a HP) vir anunciar um recuo nos lucros (atencao, LUCROS, nao volume de vendas) no valor de 2,13 bilioes de dólares no primeiro trimestre, somando a módica quantia de apenas 1,85 bilioes?
- Um salário de um CEO, que anda pelos 42,5 milhoes de dólares por ano e, devido à crise, é reduzido em 20%, é considerado perfeitamente normal na economia do free market?
- Porque decidem empresas mandar milhoes de empregados para a rua, tentando, de uma forma desesperada, cortar custos e agradar accionistas, enquanto que esses trabalhadores irao parar ao desemprego, reduzindo o consumo privado e nao contribuindo para um aumento de uma procura de mercado já em declínio?
- Porque ninguém pensa que, se o desemprego aumentar, o estado que se quer de providencia aumentará os encargos nao em investimentos infraestruturais, mais em apoio ao mais carenciado, aumentando o défice e as dívidas, contraindo créditos e nao criando um impulso à taxa de ocupacao?
A isso prefiro uma abdicacao generalizada de uma parcela do meu salário ao final do mes ou uma semana de 30 horas ao invés das 37,5h (nao bem no meu caso, mas em geral) de forma a salvar o que se tornou um bem comum fundamental: a sobrevivencia do próximo.
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