Sonntag, 27. Januar 2008

Cada vez que estou de regresso a casa tento absorver o máximo daquilo que normalmente só trago comigo em forma de memórias e lembrancas, muitas vezes desvanecidas ou alteradas por aquilo que julgo ser real, substituidas pelo algo que desejo ter acontecido, e nao o que sucedeu na realidade. Tento sorver o que me faz falta, os odores, os sabores, a luz, as faces, os sorrisos, os cumprimentos de quem já nao se ve há tanto tempo. Há objectos, situacoes, hábitos que apenas conhecemos lá, na origem, onde tudo comecou.

A caixa dos botoes, em anteriores existencias uma mera casa de sapatos. A sua disposicao nas prateleiras é conduzida com uma explicacao muito pessoal, que de tanta rotina permite a descoberta quase imediata do que se busca. Há uma cliente à espera.
As caixas, meticulosamente ordenadas, os botoes, colados na frente para permitir uma rápida pesquisa, qual inventário de biblioteca, antes em papel, hoje digital, e ainda assim eficaz. O antes nao será incapaz, apenas diferente e lento.
A senhora. Mais pequena e mais grisalha, mas com aquele sorriso acolhedor de quem nos viu crescer.

Keine Kommentare: